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MINICURSOS - VIII Feira de Leitura: Territórios Interculturais da Leitura
02.11.2021No período de 25 a 29 de outubro/21, ocorreram 07 minicursos oferecidos através da plataforma Google Meet da UFPE. Os minicursos tiveram como focos o resgate de memórias, expressas a partir de vivências culturais, socais, étnicas e familiares, além de discussões acerca da produção escrita e do processo de editoração de livros.
Oralidade dos anciões Fulni-ô: a pedagogia nativa de aprendizagem. Ministrado por Hugo Fulni-ô, o minicurso ofereceu aos participantes a oportunidade de entender a forma nativa e ancestral de ensino da Cultura dos Fulni-ô, frente a narrativas dos velhos da comunidade indígena e o papel significativo dos anciões dentro da aldeia. No minicurso, com a apresentação do vídeo que produziu, "Guardiões de um tesouro linguístico", narrado na língua Yaathe, o ministrante demonstrou, como as lembranças que partem das memórias dos anciões, remetem ao acúmulo dos saberes ancestrais.
Brincadeiras cantadas, outras cantigas e memória. Minicurso ministrado pelas formadoras do CEEL, Beatriz de Barros de Melo e Silva e Carminha Bandeira. Com os objetivos resgatar antigas brincadeiras cantadas e outras cantigas foram estabelecidas relações com as experiências vividas e com a cultura, refletindo-se sobre as possibilidades de ampliação de leitura e do repertório a partir das brincadeiras e canções da tradição oral. Lembranças dos cursistas foram levantadas através de brincadeiras cantadas, estabelecendo-se um diálogo sobre essas brincadeiras e a perspectiva da ludicidade e da cultura. O relato de uma experiência com cantigas populares, na Biblioteca Comunitária Caranguejo Tabaiares - BCCT/Recife, dentro do intercâmbio Recife/Nante (França), destacou o papel desse trabalho como importante prática na alfabetização, sendo por fim enfatizada a necessidade da presença desse brincar nas escolas e nas bibliotecas.
Ficção e memória na criação literária - Diálogo entre duas abordagens. Minicurso ministrado por duas escritoras pernambucanas: Bernadete Bruto (Maria Bernadete Mariz Bruto da Costa) e Maria Alice Amorim. Com o propósito de apresentar o papel da ficção e memória na construção de obras biográficas, foi estabelecido um diálogo entre duas abordagens literárias a poesia e a prosa, através dos trabalhos autorais: "Erre Aurora Erre" e "Em nome de Rosa: uma quase ficção", escritos pelas ministrantes. A partir dos relatos de experiências pessoais, as autoras, procuraram trazer elementos relevantes e úteis para quem se aventura na escrita dos gêneros literários por elas focalizados.
OFICINA DE ESCRITA: memorialismo, baús e lampiões. O ministrante do minicurso Stefanni Marion é autor de livros e oferece oficinas com o título desse minicurso. O foco do minicurso foi a produção do gênero literário memorialismo, tendo sido demonstrado que a prática da escrita pode ser provocada a partir da recordação. Assim, no filtro do presente, lembranças e fantasias podem ser recriadas, editadas e transformadas em experiências literárias.
Literatura oral brasileira e timorense - laços interculturais. Minicurso ministrado por Márcia Vandineide Cavalcante, professora da Universidade Federal de Pernambuco - Centro de Educação. Foram ressaltadas as relações literárias, linguísticas, históricas e interculturais que podem ser estabelecidas a partir da literatura oral brasileira e timorense. Considerando essas articulações foram levantadas possibilidades de serem (re)pensadas sistemáticas teórico-metodológicas para as práticas de oralidade, leitura e escrita no ensino fundamental e médio.
Os papéis do editor. O minicurso foi ministrado pelo escritor, editor e professor do Colégio de Aplicação/UFPE Wellington de Melo. Foi compartilhado um pouco do trabalho de edição de livros, com a apresentação dos diferentes perfis de um editor e de suas funções dentro do processo editorial. O minicurso também trouxe dicas de como lidar com originais, além de serem demonstrados recursos de produção e de divulgação do livro, dentro do mercado atual de editoração.
Produção Cartoneira - Publicações artesanais e dilatações narrativas da editora Castanha Mecânica. Minicurso ministrado por Fred Caju, escritor e responsável pela Editora Castanha Mecânica. Através da apresentação das edições da Castanha Mecânica, o ministrante refletiu sobre formas de fazer dos livros artesanais e independentes, demonstrando que o uso do suporte pode ser pensado de forma criativa e política para dar mais capilaridade à experiência literária.
Alguns depoimentos de participantes:
"Eu adorei o minicurso Os papéis do editor. O professor Wellington usou uma linguagem e método super acessíveis nas suas explicações. Sua vivência como editor trouxe exemplos muito ricos e que valem de aprendizado e inspiração pra qualquer pessoa que se interesse pela área." Tiago Alessandro Vasconcelos - 3º período de Biblioteconomia UFPE
"Como mediadora de uma biblioteca comunitária, os minicursos ofertados pela Feira de Leitura do Centro de Educação da UFPE, tem proporcionado momentos de trocas interessantes, diversificados e com temáticas necessárias para o meu fazer cotidiano." Isamar Santana - Coordenadora da Biblioteca Comunitária CEPOMA/Recife.
"Participar da VIII Feira de Literatura promovida pela Centro de Educação da UFPE e divulgada pelo Sistema de Bibliotecas de PE, só veio acrescentar à nossa prática dentro da Biblioteca Pública Municipal de Arcoverde. Então em nome de Gleis Maciel, Clecilda Lucena e Carmem Lúcia e demais funcionários a nossa gratidão."
"Boa tarde, aqui é Creusa Cavalcanti da Biblioteca Pública Municipal Dom João de Souza Lima - Tacaratu. Eu quero parabenizar a todos pelas oficinas, pelo trabalho que está sendo oferecido. Para nós aqui está sendo muito enriquecedor. Tem dias que eu assisto, participo só, tem dias, quando é no horário que estou trabalhando, eu participo com a equipe toda, inclusive a de hoje foi maravilhosa (Produção Cartoneira). Então eu quero parabenizar a todos e agradecer pela oportunidade de participar. Muito obrigada!"
O Festival Literário Caranguejo Tabaiares - O ato de ler na formação humana
29.10.2021Cinco dias mergulhados no mundo da literatura. A Comunidade Caranguejo Tabaiares, na Ilha do Retiro, bairro da Zona Oeste do Recife, amigos e parceiros da biblioteca vivenciaram momentos de aprendizagem, brincadeiras, diversão e muita troca de ideias. O I Festival Literário - O ato de ler na formação humana é parte da Feira de Leitura do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e ocorreu de 11 a 15 de outubro de 2021, homenageando o centenário do educador e filósofo pernambucano Paulo Freire.
"Nosso objetivo é que, cada vez mais, crianças, jovens, adultos e idosos busquem o universo da leitura e se aproximem do amplo conhecimento proporcionado pelos livros", ressalta o coordenador da Biblioteca Comunitária Caranguejo Tabaiares, Reginaldo Pereira, um dos organizadores do evento que ofereceu, entre outras coisas, oficinas de rap, cordel, cartonaria, pintura, contação de histórias, recital de poesias, rodas de diálogo. Sem a comunidade, os amigos e os parceiros - lembra Reginaldo - nada disso teria acontecido.
Para a professora Ester Rosa, integrante do Centro de Estudos em Educação e Linguagem (CEEL) da UFPE, o evento não teve apenas data para começar e terminar. Ele é permanente. "Esse festival tem muita vida, muita autenticidade. Ele é resultado de um trabalho que acontece ao longo do ano. E é uma alegria ver essa persistência da biblioteca, que faz a diferença na comunidade", registra Ester. Ela participou do sarau poético, mediou a mesa de debate sobre o Ato de ler na formação humana - com o coordenador de literatura da Secretaria de Cultura de Pernambuco, Roberto Azoubel, e a professora da Universidade Federal de São João Del Rey, em Minas Gerais, Socorro Nunes -e representou o CEEL no Café Literário, um momento de conversa sobre leitura e parceria para encerrar a programação. O Café Literário teve ainda a presença do ilustrador Rodrigo Fischer, responsável pelos traços e cores da marca do festival.
Integrantes do CEEL, Beatriz Barros, Carmem Lúcia Bandeira, Fátima Duarte, Gabriel Santana e Maria Helena Santos também participaram do sarau poético no primeiro dia do evento e ajudaram a organizar a programação. O festival teve ainda oficinas de rap, com os Mc GL9 e Mc Tom; de cartornaria, com Wellington de Melo; de cordel, por Allan Salles; de pintura com as crianças, realizada pela mediadora de leitura Auda Cavalcanti; retrato da palavra, com as idosas, idealizada por Betânia Andrade, da Biblioteca do Coque; sobre saúde mental e literatura, no Grupo Adolescer, que funciona na comunidade mesmo.
Uma exposição com 21 textos da poetisa paraibana Janice Japiassu também foi organizada especialmente para o festival. O material está exposto na Escola Estadual Maria Goretti, no bairro da Madalena, e deve circular por outras unidades de ensino. "Janice Japiassu tinha hábitos simples, intimista, fazia de seus escritos um brinde às pessoas queridas. Talvez, justamente por essa característica, não tenha figurado tanto na mídia e em outros espaços de divulgação. Seus leitores, entretanto, se tornaram cativos, fiéis", comenta a professora do Centro de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Ywanoska Gama.
Ywanoska, inclusive, recorreu a um dos poemas de Janice - "Carta a Adélia Prado" - para realizar uma mediação de leitura sobre o universo feminino na literatura. Na programação do festival ainda houve contação de histórias, entre elas uma conversa com o escritor Valdir Oliveira e a produtora cultural Beta Ferralc; e história e música, com Vinícius Viramundos. Como a data do encontro coincidiu com o Dia das Crianças, a garotada teve direito a gincana, doces e presentes.
O festival também ofereceu outras duas mesas de debate: sobre projetos de memórias, com Alexandrina Sobreira e Stela Siebra, e sobre a importância dos mediadores de leitura, com Ceça Silva, da Caranguejo Tabaiares, e Rafael Andrade, da Biblioteca do Coque. "Em muitas periferias, a biblioteca comunitária é o único instrumento cultural, muitas vezes o único espaço de convívio social. É isso que chamamos de biblioteca viva, pois ela não só é um espaço com estantes e livros, mas, sim, um espaço onde os livros são lidos, emprestados, onde a leitora e o leitor possam se sentir acolhidos, ouvidos e abraçados perante toda a sua diversidade de ser, agir e de ler", destaca Rafael Andrade, licenciado em letras pela UFRPE.
"A biblioteca pode ajudar a construir outro futuro, outras possibilidades. Muitos chegam e se descobrem leitores na biblioteca. Mas o festival mostra que as pessoas nas comunidades não querem apenas ter acesso aos livros. Elas querem também ter o direito de anunciar sua fala, mostrar sua capacidade de produção cultural, literária", observa Ester Rosa.
O I Festival Literário Caranguejo Tabaiares terminou, mas a VIII Feira continua em outros encontros que acontecerão até o fim de novembro deste ano. Eles fazem parte do Programa de Extensão Bibliotecas comunitárias da UFPE e UFPE nas comunidades.
O próximo evento será no município de Pesqueira, Agreste pernambucano. O 1º Festival Literário Xukuru - Leituras, memórias e histórias Xukuru do Ororubá está programado para os dias 3, 4 e 5 de novembro. Haverá mesa de debates, exibição de vídeo, minicursos, mostra de projetos de leitura. No encerramento, uma noite cultural, com direito a samba de coco, banda de pífanos e sarau poético.
E a programação seguirá com a 5ª Festa Literária, de 10 a 12 de novembro, no Alto do Moura, em Caruaru, também no Agreste do Estado; a 8ª Feira de Leitura organizada pelo Centro de Educação da UFPE, do dia 16 ao dia 19 de novembro, com programação toda online; e a 5ª Festa Literária do Coque, de 25 a 27 de novembro deste ano.
Acessibilidade comunicacional para pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e a biblioteca comunitária
27.07.2021Em 20 de julho encerramos o primeiro ciclo de encontros formativos do Programa Bibliotecas Comunitárias na UFPE e UFPE nas comunidades. Nesse quarto encontro de 2021, contamos com a participação de 29 pessoas, entre bolsistas do programa de extensão, equipes das bibliotecas comunitárias, equipe do CEEL e convidados. O tema desse encontro foi Acessibilidade comunicacional para pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e a biblioteca comunitária, com exposição da professora Rafaella Asfora, membro do programa de Extensão e do CEEL e especialista na área de educação inclusiva.
A marca dessa formação foi o diálogo, com destaque para as vivências compartilhadas por membros das equipes das bibliotecas sobre pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo nas comunidades e a apresentação de informações trazidas pela palestrante acerca de algumas características que podem explicar alguns comportamentos de pessoas com TEA e orientações sobre como intervir de forma a contribuir para uma maior inclusão social. Todo o debate evidenciou como precisamos encontrar estratégias de comunicação e de socialização para assegurar a participação de pessoas com TEA nos espaços das bibliotecas.
A mediadora de leitura Isamar Martins, coordenadora da biblioteca do CEPOMA, compartilhou a sua angústia ao receber crianças com TEA, considerando que cada uma pode ter características e demandas muito diferentes. Diante dessa inquietação, Rafaella orientou que o princípio central para abordar a pessoa com TEA é tentar conhecer a criança, quais os seus interesses e questionar: quem é essa criança, o que a motiva, que tema ela gosta? - Esta é a porta de entrada para se comunicar e oferecer coisas que atendam às suas necessidades. Além disso, indicou que é importante tentar evitar estímulos sensoriais que sejam incômodos por sua hipersensibilidade para assim oportunizar que ele se expresse com as habilidades que tem.
Já Vania Silva, da Biblioteca do Poço da Panela, relatou a convivência com duas crianças que frequentam a biblioteca e ponderou que precisamos nos perguntar que elementos demanda de nós mais atenção para que estejamos mais sensíveis às necessidades de quem vive no espectro autista. Ela nos questionou: Como a gente interage, como são nossos padrões mais usuais? Temos desenvolvido o que Rubens Alves chama de escutatória? - E ponderou: A normatividade pode carregar problemas. Nessa mesma direção Rafaella ressaltou que uma questão central é superar barreiras atitudinais, no sentido de mudar nossas ações e ampliar nossa capacidade de escuta, de valorizar o potencial de cada um, de reconhecer e respeitar a neurodiversidade e estilos cognitivos diferentes. O importante é ter empatia e entender e valorizar a diversidade presente na sociedade.
Maria Betânia, coordenadora da Biblioteca Popular do Coque chamou a atenção para a necessidade de cuidar das mães de crianças com TEA, que também precisam de ajuda e apoio. A bolsista Emanuelly agregou, ainda, um relato acerca da importância das famílias para assegurar o direito à educação e para que ocorra a recepção das crianças nos ambientes das escolas. As famílias precisam ser vistas como parceiras, conforme argumentou Rafaella e lembrou: Esse tema da relação família-educação, está assegurado nas diretrizes e referências legais, mas falta muitas vezes esse acolhimento e escuta às famílias para orientá-las e apoiar principalmente as mulheres que precisam ser apoiadas. - E concluiu: a grande questão é a necessidade de uma mudança na sociedade para quebrar barreiras para a inclusão de todos. É preciso ouvir e estar atento para o que as pessoas com TEA têm a nos dizer para poder desenvolver atitudes mais inclusivas.
Como avaliação do encontro, alguns participantes registraram suas impressões no chat:
Estou adorando pois essas informações são muito importantes para nós que vivemos em espaços com crianças diversas. Como é importante a inclusão dessas crianças nos espaços de leitura.(Betânia, BPC)
Muito boa essa orientação de olhar a criança pelo que ela tem de habilidades, interesses e não olhando apenas para os limites. (Ester Rosa, CEEL).
Amei o encontro, Rafa! Conteúdo muito esclarecedor para mim. Gratidão! (Helen Santos, CEEL)
Obrigada pela palestra maravilhosa, anotei e aprendi muito.(Caroline Evaristo Paraiso da Silva, bolsista de extensão)
De um modo geral, concluímos que é importante sensibilizar todas as pessoas que frequentam o ambiente da biblioteca para que entendam as diferentes formas de comportamento, ao mesmo tempo em que não discriminem e tenham uma postura mais inclusiva com as pessoas com TEA.
Como desdobramento desse encontro, a proposta é retomar esse debate em outros encontros de formação e em projetos de intervenção nas bibliotecas.
Acessibilidade comunicacional para pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e a biblioteca comunitária RESULTADO DA SELEÇÃO DE BOLSISTAS DE EXTENSÃO
30.03.2021O PROGRAMA: BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS NA UFPE E UFPE NAS BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS PUBLICA O RESULTADO DA SELEÇÃO DE BOLSISTAS DE EXTENSÃO.
RESULTADO DA SELEÇÃO DE BOLSISTAS DE EXTENSÃO